Falta pouco para a 85ª edição do Oscar. Nos próximos dias, publicarei no blog rápidas análises sobre os concorrentes desse ano (ou tentarei, visto que tirarei férias!). De toda forma, o especial analisa rapidamente o contexto de cada indicado, tentando perceber as preferências dos votantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
Melhor Maquiagem: A categoria reúne três filmes que se passam em épocas diferentes da nossa, o que sempre ganha bastante atenção dos votantes pelo trabalho de pesquisa essencial na construção da atmosfera da película. Não há favoritismo aqui.
Hitchcock: O trio Howard Berger, Peter Montagna e Martin Samuel realizaram uma transformação surpreendente de Anthony Hopkins em Alfred Hitchcock, o que justificou a indicação ao prêmio, visto que o filme em si foi recebido com frieza pelos especialistas. Berger já conquistou um prêmio da Academia em 2006, por As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, enquanto Martin Samuel ficou conhecido pela colaboração em Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra (2003) e Piratas do Caribe: No Fim do Mundo (2007), mas perdeu as duas estatuetas. Essa é a estreia de Montagna no Oscar.
O Hobbit – Uma Jornada Inesperada: Peter King, Rick Findlater e Tami Lane assinam a caracterização dos personagens da nova franquia de Peter Jackson. King, que em 2004 venceu o Oscar nesta mesma categoria por O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, dividiu o cargo om Tami Lane, que também foi premiada por As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa (2006). Os dois se tornaram referências para filmes de fantasia. Essa é a primeira indicação de Findlater.
Os Miseráveis: O trabalho soberbo de Julie Dartnell e Lisa Westcott pode render a elas o primeiro Oscar. Westcott chegou perto de levar o mesmo prêmio em 1999 por Shakespeare Apaixonado, tendo sido indicada também no ano anterior por Sua Majestade, Mrs. Brown.
Melhor Figurino: Assim como a categoria de Maquiagem, os figurinos indicados também seguem o mesmo “critério”. Aqui especificamente os votantes gostam de premiar pela exuberância, luxo e detalhamento das vestimentas.
Anna Karenina: Colaboradora fiel do diretor Joe Wright, Jacqueline Durran foi indicada por Orgulho & Preconceito (2006) e Desejo e Reparação (2008), perdendo injustamente dois troféus. Uma excelente pesquisadora, joga na tela a reprodução de uma época sem parecer piegas. Talentosíssima, pode ter a chance de ganhar seu primeiro grande prêmio. Ganhou o Bafta em 2005 pelo figurino de O Segredo de Vera Drake.
Os Miseráveis: Primeira indicação de Paco Delgado ao Oscar. Foi indicado ao Goya dois anos seguidos: em 2011 pelo impecável trabalho feito no excelente Balada do Amor e do Ódio e em 2012 pela colaboração em A Pele que Habito, de Pedro Almodóvar. Musicais de época chamam atenção nesta categoria, mas a alta concorrência não favorece um mais que o outro.
Lincoln: Joana Johnston recebe a primeira indicação ao Oscar após ter colaborado com o diretor Steven Spielberg em Cavalo de Guerra (2011), Munique (2005), Guerra dos Mundos (2005) e O Resgate do Soldado Ryan (1998). Tem um trabalho exemplar como figurinista, tendo participado de Forrest Gump, o Contador de Histórias (1994) e De Volta para o Futuro I e II (1989 e 1990), sendo também fiel colaboradora do cineasta Robert Zemeckis. Trabalhou com Bryan Singer em Operação Valquíria (2008) e com M. Night Shyamalan em O Sexto Sentido (1999) e Corpo Fechado (2000).
Espelho, Espelho Meu: O japonês Eiko Ishioka conquistou o grande prêmio do cinema em 1993, com Drácula de Bram Stoker. Desde então, não apareceu mais como favorito da Academia. Seu trabalho em Espelho, Espelho Meu é deslumbrante, ainda que provavelmente não tenha muitas chances.
Branca de Neve e o Caçador: Colleen Atwood é referência em Hollywood e emprestou seu talento para essa aventura mediana. Atwood já venceu três prêmios, por Chicago (2003), Memórias de uma Gueixa (2006) e mais recentemente por Alice no País das Maravilhas. Tem uma trajetória impecável em premiações e pode ser uma favorita.