Quentin Tarantino é um dos cineastas mais admirados da atualidade pela óbvia filmografia competente. Ele acaba de lançar o esperado faroeste “Django Livre” nos Estados Unidos (aqui deve estrear em 18 de janeiro) e não ficou longe de polêmica. Dessa vez não pelo conteúdo de seu filme (ainda), mas por uma declaração um tanto quanto infame ao TheRoot, em que afirmou não se inspirar em John Ford, nem mesmo admirar a carreira deste outro cineasta aclamado da história do cinema, que colaborou com a construção da identidade dos faroestes com filmes como “Rastros de Ódio” (1956), obrigatório.
Ao que parece, o principal motivo do desgosto foi a participação que Ford fez em “O Nascimento de uma Nação” (1915), do pai do cinema clássico D.W. Griffith. O filme em questão dignifica os membros da Klu Klux Klan em uma época em que o movimento perdeu força e obviamente gerou muita polêmica quando foi lançado, assim como praticamente todos os experimentos audiovisuais de Griffith, seja pela temática ou pela inovação estética. Em uma determinada cena, Ford é obrigado a levantar uma bandeira da Klu Klux Klan para enxergar melhor. Apesar do ódio por Ford, essa mesma cena teria servido de inspiração para Tarantino em um momento semelhante em “Django Livre”.
É muito bacana saber que o western pode ganhar nova atenção do mercado cinematográfico principalmente pelas mãos de Tarantino, mas declarações como essa deixam a desejar. Pegou mal!