“Actors are responsible to the people we play. I don’t label or judge. I just play them as honestly and expressively and creatively as I can, in the hope that people who ordinarily turn their heads in disgust instead think, ‘What I thought I’d feel about that guy, I don’t totally feel right now'”.
(P.S.H, 1967–2014)
Sempre considerei Philip Seymour Hoffman equivalente ao que a Meryl Streep significa hoje para o cinema mundial. Dono de um talento inquestionável e uma filmografia invejável de poucos erros, lembro que foi com “Capote”, em 2005/6, que fui seduzido por ele. Não que eu não tivesse visto filmes anteriores, mas foi na pele de Truman Capote que surgiu a admiração.
Nascido em Rochester, Nova York, Hoffman teve longa experiência como ator e diretor de teatro. Se formou em Drama, em 1989, na New York University’s Tisch School of the Arts. Venceu dois prêmios Tony de melhor ator por “True West” e “Long Day’s Journey into Night”.
Em 1991, estreou no cinema em “Triple Bogey on a Par Five Hole”, mas foi no ano seguinte, com “A Arma”, que chamou atenção, principalmente de Paul Thomas Anderson, virando seu eventual colaborador. Em 1997, os dois fizeram “Boogie Nights: Prazer Sem Limites”. Com exceção de “Sangue Negro” (2007), Hoffman participou de todos os filmes de Anderson.
Hoffman passou pelos ótimos “Felicidade” (1998), “Ninguém é Perfeito” (1999) e “O Talentoso Ripley” (1999). Em 2006, venceu o Oscar por “Capote” (2005), se consolidando como um dos atores mais importantes da sua geração. Ele foi um dos sete atores a vencer o Oscar, o Globo de Ouro, o BAFTA, o SAG Awards e o Critics’ Choice Awards pelo mesmo papel. Foi indicado outras três vezes pela Academia: “O Mestre”, “Dúvida” e “Jogos do Poder”. Dirigiu seu primeiro e único filme em 2010, “Vejo Você no Próximo Verão”. Em toda a sua vida, recebeu 72 prêmios.
Entre seus ídolos estavam Daniel Day-Lewis, Paul Newman, Meryl Streep e Christopher Walken. “Os Bons Companheiros” (1990) era um de seus filmes favoritos. Era fã dos Jets. Deixou três filhos com Mimi O’Donnell: Cooper Alexander, Tallulah e Willa.
Hoffman ficou sóbrio aos 22 anos, mas sofreu com o vício em heroína. Procurou tratamento, foi para a reabilitação e nunca parou de trabalhar. Neste domingo (02), foi encontrado morto em seu apartamento, em Nova York. Foi vencido pelo vício e deixa uma lacuna na sétima arte.
Como homenagem, resolvi listar os meus filmes favoritos com ele. Não priorizando apenas as questões técnicas, mas também o legado admirável que ele deixou.
8. A Família Savage (2007): Parceria deliciosa e sofrida em drama familiar com Laura Linney e Peter Friedman.
7. Dúvida (2008): Ver os dois maiores atores de cinema juntos é orgasmático. Com Meryl Streep, Amy Adams e Viola Davis.
6. Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto (2007): Último filme de Sidney Lumet, um dos melhores thrillers dos últimos anos. Com Ethan Hawke, Albert Finney e Marisa Tomei.
5. Quase Famosos (2000): Parceria com Cameron Crowe no filme da vida de muita gente. Com Frances McDormand, Kate Hudson, Anna Paquin e Billy Crudup.
4. O Mestre (2012): Avassalador ao lado de Joaquin Phoenix nessa complexa história de Paul Thomas Anderson. Com Amy Adams.
3. Capote (2005): Cinebiografia de Truman Capote, pelo qual Hoffman venceu o Oscar de Melhor Ator. Filme obrigatório. Com Catherine Keener e Chris Cooper.
2. Magnólia (1999): Obra prima de Paul Thomas Anderson. Com Julianne Moore, William H. Macy, John C. Reilly, Tom Cruise e Alfred Molina.
1. Sinédoque, Nova York (2008): Com Charlie Kaufman, que dirigiu e roteirizou esse complexo emaranhado de relações artísticas e interpessoais, ele estrelou não apenas o que eu considero o melhor filme dele, mas também um dos meus filmes favoritos de todos os tempos. Com Catherine Keener, Michelle Williams, Peter Friedman, Hope Davis, Samantha Morton e Jennifer Jason Leigh.